Quando era pequenina não gostava do meu médico de família. O meu médico era na altura uma pessoa fechada, de poucas falas e que raramente levantava os olhos do computador (numa altura em que raras eram as pessoas que tinham computador). Sendo eu criança, esta pessoa não era propriamente o mais estimulante para mim. Com o tempo, e desde que comecei a ir ao médico sozinha, que a relação tem vindo a criar alicerces. Depois de eu ter terminado o curso de Psicologia, e talvez por ser em parte uma "colega de trabalho" num sentido muito abrangente, a relação para além dos alicerces, ficou com 5 andares, muitas varandas e um duplex. Quer isto dizer que desde então, sempre que lá vou, as consultas são sempre uma história para a posteridade. Para além de falar comigo de termos extremamente técnicos (princípios ativos dos medicamentos, funcionamento do organismo, sinapses e um sem fim de doenças que nada tem a ver com a psicologia e que, mesmo que tenha abordado no curso, foi m