Estava eu a almoçar tranquilamente e a ver as notícias quando às tantas começa a falar sobre o concerto da Violetta que aconteceu em Lisboa. O novo ídolo das crianças que as leva à loucura e ao desespero dos pais quando chega o Natal, aniversários e outras festividades em que haja prendas implícitas. Até aqui tudo bem. Em todas as alturas há um fenómeno deste género (não vamos agora também ser fundamentalista e dizer que as crianças de hoje em dia estão perdidas e que no nosso tempo é que era).
O que eu não compreendo é que os pais destas crianças paguem autênticas fortunas para levar as coitadinhas das criancinhas ao concerto e que se não forem vão ficar traumatizadas para toda a vida. Coitadas. Que quem mora relativamente perto de Lisboa tenha ido, que quem tem possibilidades económicas vá, que tenham comprado bilhetes a preços (relativamente) acessíveis compreendo perfeitamente, agora exemplos como os que deram nas notícias é que eu não compreendo. Uma família modesta que veio de propósito da Suiça com as duas filhas para ver o concerto (e que gastou à volta de 800€) ou outra família que gastou cerca de 1000€ para trazer a filha porque a pequena criancinha merece? Quando tiver 18 anos vai merecer o quê, uma ilha paradisíaca? Juro que não entendo.
Não vou falar da minha adolescência em que já ficava em êxtase por ir mais as amigas a um Sábado ou Domingo à tarde ver os Anjos, os Excesso ou os Milénio em festinhas das autarquias ou hipermercados e que geralmente eram de graça, até porque os tempos são outros. Mas para isso nunca arrastei os meus pais atrás nem nunca fiz com que eles estoirassem o ordenado todo para sustentar as minhas manias.
O que eu sinceramente não compreendo é que os pais alinhem nestas ideias megalómanas das criancinhas (e adolescentes) e que achem que se elas não forem vão ser excluídas para toda a vida e vão ficar traumatizadas para sempre? Por amor de Deus. Eu quando era mais nova também sonhava ver um concerto do Enrique Iglesias. Nunca o cheguei a ver e não é por isso que vivo traumatizada e excluída da sociedade.
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