Há tantas coisas no nosso dia-a-dia que damos como um dado adquirido, que não equacionamos sequer que nem sempre foi assim, que há sítios no mundo em que ainda não é assim. Há certas comodidades que se tornarem insubstituíveis e impossível de viver sem elas, mesmo que até há pouco tempo a vida se tenha feito sem elas.
E quando é que paramos para pensar sobre elas, sobre a forma como nos facilitam a vida e como é que os povos em que ainda não tem acesso a essas modernidades (sobre)vivem? Precisamente quando nos falham.
Hoje acordei e não tinha água em casa. Abri as torneiras e nada, nem uma gota. (Não fosse a casa-de-banho que tenho na garagem ter outro sistema qualquer e correr ainda um fio muito fininho de água nas torneiras e não sei como tinha sido hoje a minha manhã. Desconfio que ia de pijama até à casa do familiar mais próximo, pedir-lhe para tomar banho).
Abrir a torneira do chuveiro para tomar banho e nada. Querer lavar os dentes e não ter água na torneira nem para molhar a escova. Ir fazer um café e ter de ir buscar água à garrafa porque na cozinha também não havia água. Estar a maquilhar-me, querer lavar as mãos depois de espalhar a base e ter de ir buscar uma toalhita já que não queria vir à garagem lavar as mãos. Tomar o pequeno-almoço e ter de deixar a loiça na pia a secar.
É toda uma rotina que fica abalada. É uma série de tarefas básicas que ficam comprometidas porque a água canalizada que temos como uma coisa banal e supérflua nos dias de hoje nos falhou.
Eu fico transtornada cada vez que falta a água.
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