Percebemos que vivemos num pais privilegiado e fantástico quando lidamos com pessoas vindas de outros sítios que não o nosso.
Ontem, enquanto estava no curso de fotografia, com a janela aberta para entrar a brisa e a luz do fim de dia/inicio de noite e a deliciar-me com tudo o que o professor nos ensina fui perturbada (eu e toda a turma) por um barulho estridente de um caderno a bater contra a parede. Paramos todos para ver o que tinha sido e rapidamente percebemos que tinha sido uma das formandas que tinha esborrachado violentamente algum bichinho voador contra a parede.
Há muitos bichos que no geral não gostamos tipo baratas, aranhas e afins (pelo menos eu, tudo o que sejam bichos rastejantes pelo seu ar horripilante, fujo a sete pés). Agora moscas, libelinhas e insectos pequenos, no geral não nos perturbam. Mas isso somos nós, portugueses, habitantes de um pais fantástico à beira mar plantado. Para aquela miúda um insecto era uma ameaça, algo que a estava a deixar a hiperventilar (e nós a achar que estava a exagerar). Até que descemos à sua realidade e percebemos o que ela sentia quando nos disse que vinha de África e que qualquer insecto é visto como uma ameaça de uma doença qualquer e que vivem constantemente a tentar fugir de insectos e a protegerem-se deles.
De facto, há realidades que a nós nos passam ao lado e só de vez em quando, fruto de uma epidemia qualquer num outro pais, é que prestamos mais atenção. Isso ou quando alguém nos mostra que há mais realidades para além do nosso país.
Eu vivo a beira da praia. Uma vez numa aula de História da Arte ouvimos um enorme estrondo. Era um pombo que se espetou contra o vidro da sala a fugir duma gaivota.
ResponderEliminarEhehe!
O que para nós é inofensivo para outras pessoas é uma ameaça. Como dizes "há realidades que a nós nos passam ao lado" e é bem verdade.
ResponderEliminarossegredosdakati.blogspot.com