Faz hoje três anos que a esta hora estava eu a entrar para a sala onde iria fazer a defesa da minha tese de mestrado. Faz hoje três anos que o meu coração batia com tanta força que parecia que queria sair pela boca. Não só de ansiedade. Era o imenso desejo de querer colocar um ponto final no longo caminho que é fazer uma tese. Nas muitas horas solitárias em frente ao computador a ler artigos, a analisar dados, a escrever, a apagar e a voltar a escrever, a duvidar dos resultados, a desesperar, a voltar a confiar. Naqueles meses onde ter vida social por vezes foi uma ideia utópica.
Hoje, olhando para trás, tenho orgulho do que fiz. Do que conseguir fazer sozinha, sem ajudas, sem lamber botas a ninguém, sem desistir.
Hoje, olhando para trás, percebo que aquele dia foi o inicio da minha vida. Da minha vida profissional. Nesse dia deixei de ser estudante para passar de imediato a ser trabalhadora. E a felicidade que isso me trouxe.
Lembro-me da felicidade que foi chegar a casa e partilhar com a família essa montanha de sentimentos. Lembro-me de bebericar uns goles de champagne para celebrar mais uma etapa alcançada com mérito e distinção. Lembro-me de no final do dia, já bastante cansada e com muito sono acumulado ir festejar com os meus amigos porque a felicidade era tanta que não cabia só dentro de mim, tinha de ser partilhada. Lembro-me perfeitamente de estar sentada naquela mesa redonda do café, com cara de quem já não dormia em condições há uma série de dias, mas com o sorriso estampado na cara.
Hoje, passados três anos, e olhando para trás, vejo que não deixei de ser estudante. Vejo que embora seja trabalhadora (o que quer que isso queira dizer) continuo a ser estudante: a querer aprender, a querer investir, a querer mais. E isso há-de sempre caracterizar-me.
Hoje faço um balanço positivo: conheci muitas pessoas diferentes (umas interessantes e cativantes, outras nem por isso), trabalhei em diferentes coisas e em sítios diferentes, investi (e continuo a investir) no voluntariado, continuei a complementar a minha formação (fiz mais de 500 horas de formação), fui a muitos congressos e palestras, mantive as boas amizades feitas na universidade, desanimei mas soube-me erguer, entusiasmei-me com o trabalho mas ao mesmo tempo conheci o lado escuro do que é o mercado de trabalho mas, e acima de tudo, conheci o significado de realização profissional.
Hoje, três anos depois, sei que ainda sou muito pequena. Mas sei onde quero chegar um dia.
É com grande alegria que te acompanho minha querida amiga... Orgulhosamente uma espectadora do teu percurso!!!
ResponderEliminarParabéns!!!
Obrigada Meli.
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