Já não bastava o episódio do telefonema do banco, agora foi uma cena mais estranha ainda. Estava eu em amena cavaqueira com uma amiga na rua (encontra-mo-nos por acaso e foi mesmo ali que ficamos a por a conversa em dia) e eis que se aproxima de nós uma senhora baixinha, já com alguma idade, magra e uma cesta no braço. A conversa que se passou a seguir foi esta:
- As meninas por acaso não querem ovos?
- Nós (apanhadas desprevenidas e sem saber se aquilo era a sério ou se estavam a gozar com a nossa cara): Não, obrigada.
- Mas têm a certeza?
- Nós: Sim...
- Mas olhem que estes são caseiros?
- Nós: Não, não precisamos obrigada.
- Estes são especiais... Dão para fazer Pão-de-Ló!
- Nós (sem saber mais o que dizer para reforçar a nossa vontade) lá dissemos novamente que não e a senhora foi-se embora.
Já não bastava o estranho da situação, ao longo de toda a conversa, a senhora não manteve contacto ocular, falou sempre muito baixinho e depois saiu de fininho. Parecia aqueles sujeitos que nos aparecem de repente no Bairro Alto a perguntar se não queremos comprar haxixe.
Fiquei a pensar que, ou "ovos" e "Pão-de-Ló" são um código qualquer para algo menos lícito ou então há gente muito estranha neste mundo.
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