Afilhada chega a casa e faz mega cena dramática, a chorar e a lamentar efusivamente que tinha muito azar na vida: que não tinha conseguido fazer um exercício na escolinha, que uma amiga se tinha zangado com ela e que tinha de dormir a sesta (ai filha, quando perceberes o quão bom isso é vais lamentar alguma vez na vidinha teres reclamado disso!)! Lá estava ela em versão birras, a dizer que ela tinha muito azar na vida (sim, às vezes também tem a sua veia drama queen), que tudo lhe corria mal e mais não sei o quê, quando a mãe, saturada daquela birra sem sentido se vira para ela e diz:
Mãe: Tu dizes que tens muito azar? Azar são aqueles meninos que não tem o que comer, aqueles meninos que não tem uma casa para dormir ou aqueles meninos que estão muito doentes! Pensa nisso e depois anda-me dizer quem é que tem azar!
Ela lá foi para o quarto, ainda continuou a chorar de forma bem audível durante algum tempo mas depois lá se calou. A mãe dela continuou na cozinha a fazer o que estava a fazer e como a birra parou esperou até ela aparecer em cena para voltar ao assunto, já com ela mais calma. Só que quando ela apareceu, quem aprendeu uma lição foi a mãe e não filha.
Aparece ela à cozinha, com o candeeiro que tem no quarto dela na mão, todo destruído e diz o seguinte à mãe:
Ela: Mãe, eu estava a brincar mais o ursinho Fred e partimos o candeeiro... Mas isto não é nenhum azar! Como tu dizes, azar é não ter o que comer, não ter onde dormir ou estar doente, não é?
E pronto, é assim que uma criança de 4 anos dá a volta à mãe após fazer uma asneira. E é assim que as mães percebem que tudo o que dizem às crianças pode ser usado contra as próprias nos momentos mais inoportunos!
Vai ser advogada de defesa :P
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